Avanço de certificações no Brasil e eficiência energética

As certificações sustentáveis na construção civil ganham relevância em todo o mundo,impulsionadas pelo crescente foco nas questões ambientaise sociais. Esse destaque estádiretamenteligado ao impacto no consumo derecursos, como energia e água, bem como na geração de resíduos e emissões de gases deefeito estufa.

Com o intuito de direcionar o setor da construção civil para práticas mais sustentáveis,foram desenvolvidas certificações ambientais. Essas certificações têm como meta incentivaro uso responsável de materiais, energia e água, além da minimização dos impactosambientais. Umcritério comum a todas essas certificações é a busca pela autossuficiênciaenergética nas edificações.

Apesar de o Brasil ainda ter um longo caminho a percorrer em termos de certificaçõessustentáveis na construção civil, o país tem feito avanços significativos nessa área. Segundoum relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), paísescomo Austrália, Canadá, Estados Unidos e Reino Unido lideram em porcentagens de certificadas. No entanto, é importante destacar que o Brasil está progredindonesse campo.

O país está se destacando internacionalmente na adoção de práticas sustentáveis naconstrução civil. Com a crescente demanda por edifícios eficientes e saudáveis, espera-se queo país continue avançando nessa direção.

Esse movimento no Brasil teve início em 2001, após a crise energética que geroupreocupações governamentais sobre o consumo de energia, levando à criação de legislaçõese normas relacionadas à eficiência energética. Isso culminou no lançamento dacertificaçãoAQUA em 2007, que aborda a eficiência energética na categoria “Gestão”.

Além disso, o selo CASA AZUL foi introduzido em 2009 para financiar projetos deconstruções sustentáveis pela Caixa Econômica Federal, com critérios abrangendo diversosaspectos, incluindo a eficiência energética.

A certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), trazida para oBrasil peloGreen Building Council Brasil(GBC Brasil), avalia sete temas, incluindo eficiênciaenergética. A partir de 2015, parte dos requisitos do LEED pode ser atendida por meio doscritérios do Procel Edificações.

Outra certificação notável é a EDGE (Excellence in Design for Greater Efficiencies), queaborda a eficiência energética, hídrica e de materiais nas edificações. A Câmara Brasileira daIndústria da Construção (CBIC) ea International Finance Corporation(IFC) estabeleceram umaparceria para promover a certificação EDGE no mercado deconstrução verde, comoevidenciado pelo sucesso da primeira edificação financiada pelo selo no Nordeste, onde estaalcançou 40% de eficiência energética.

Por último, o Brasil se destaca por iniciativas como a certificaçãoGBC Brasil ZeroEnergy, criada peloGreen Building Council Brasil, que promove a construção de edifícios quegeram mais energia do que consomem.

No futuro, é possível que novas legislações sejam desenvolvidas para tornarobrigatórias certas práticas e procedimentos, à medida que a eficiência energética ganhaimportância nas transações imobiliárias. Do ponto de vista técnico, é necessário um maioralinhamento entre os sistemas de certificação no cálculo de parâmetros e no uso deindicadores reais, em conjunto com simulações.

Vale ressaltar que o Brasil já estabeleceu legislação para etiquetagem energética deEdifícios Públicos Federais, por meio do Programa Brasileiro de Etiquetagem de Edifícios (PBE-Edifica), com a obrigatoriedade de classificação “A” em prédios novos ou em grandesreformas de prédios do poder público federal para obter o selo PROCEL-Edificações.

Além de contribuir para a redução do impacto ambiental, as certificações garantemmelhor qualidade de vida para os ocupantes, considerando fatores como qualidade do arinterno e bem-estar. No Brasil, a adoção de certificações sustentáveis está em crescimento,especialmente nas grandes cidades, à medida que a demanda por edifícios sustentáveisaumenta. Embora ainda haja desafios, o setor da construção civil brasileira está trilhandoocaminho em direção a práticas mais sustentáveis.

REFERÊNCIAS